terça-feira, 22 de abril de 2008

Sem título da Dentro- Vídeo




"Neste trabalho o espaço doméstico é um lugar de movimentação dinâmica e de tempo acelerado. A casa adquire uma noção feminina, no sentido de uma construção histórica da noção de casa, pois imprime à domesticidade um dinamismo que se opõe à noção masculina, que considera o ambiente doméstico como retiro das preocupações mundanas[1] mas, descreve tanto um tempo que se alimenta de si mesmo, quanto uma dinâmica esvaziada de sentido. É a própria artista que, abrindo e fechando compartimentos, revela objetos localizados em lugares e exercendo funções para as quais não foram projetados. Deslocando as funções dos espaços domésticos e dos objetos da casa, o vídeo, ao usar este microcosmo, se torna uma metáfora da falta de sentido dos cotidianos que vão de lugar algum até chegarem em lugar nenhum. Valores burgueses como “produtividade” e “trabalho redime o homem” são criticados na representação de práticas domésticas, cuja atmosfera kafkiana é intensificada pelos ruídos fantasmagóricos captados pela câmera. "
[1] RYBCZYNSKI, Witold. Casa: Pequena história de uma idéia. Record: 1996. p.168."
Trecho do texto de Cristhiano Aguiar