quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Intervenção - Desvio para o Branco / Ação1- Guerrilha - trabalho selecionado para o SPA das Artes '09




Este trabalho é uma extensão ou um desdobramento da pesquisa Desvio para o Branco que busca a reflexão em torno da condição terrena, pressuposto contemporâneo da relação entre o ser humano e o lugar. A intervenção Desvio para o Branco/Ação 1- Guerrilha, propõe tratar de questões como a apropriação do espaço público, visando democratizar a utilização dele.Estender a linha branca da faixa de pedestre desde a rua, passando pela calçada até postes ou muros, é uma provocação ao espaço de circulação, limitado para pedestres e nem tanto para os motoristas. Esta linha, que por sua vez tem a função de parar o veículo a fim de permitir que o pedestre transite, não é de total eficácia, pois, sabemos que o pequeno espaço permitido para caminharmos não é respeitado.O artista que se propõe a trabalhar com intervenção se apropria do espaço urbano; consequentemente conquista espaços não autorizados, como o espaço público, o que pode colocá-lo na condição de desobediência civil. No entanto, estes mesmos espaços públicos sempre são utilizados de forma não tão democrática, visto que existe um bombardeio de informações provocadas pelo excesso de propagandas políticas, anúncios, etc. As intervenções são legítimas ações de guerrilha cultural em combate a cegueira coletiva.Segundo Deleuze a arte é um ato de resistência, e todo ato de resistência é um ato revolucionário. Percebemos hoje que a revolução mais eficaz não se dá através de uma síntese ativa de um único embate; uma guerrilha transitória e impactante de atos de resistência tende a ser uma contaminação lenta.E dentro do contexto cidade, pensamos no que grita e no que cala. Daí o papel do artista, reconhecer o outro como ser único, atingível, possível: a ação provocadora da arte.

3 comentários:

Genésio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Genésio disse...

muito boa ideia katalina,por essa nova proposta de intervençãoque espero vê até,o final da spa.já,a temática é muito pertinente,posto que os espaços urbanos estão inbuidos de "imagem de excesso"pricipalmente nas grandes metrópoles onde a irradiação das transformações urbanos desmocratizam, os espaços urbanos criando uma ideologia antiurbana diantes dos transeutes.parabéns

Augusto Henrique disse...

Nesta intervenção artística, somos convidados a parar à faixa não para observar o tempo passar num relógio digital enquanto o semáforo passa do vermelho ao verde. O convite que é feito ao pedestre para imitar o mesmo ato feito pelo condutor de um veículo, dá a possibilidade ao transeunte de se aperceber do ambiente que o circunda. Observar as transformações caóticas dos espaços urbanos e suscitar questionamentos. A que se destina tudo isso mesmo?
O prolongamento da faixa invoca de forma análoga o triste ato de prolongar a resolução dos problemas sociais. Trás a tona o engessamento mental que a sociedade é submetida em função de um consumismo desenfreado.
Parabéns pelo seu trabalho. O artista existe para despertar no expectador a reflexão; e isto fica bem claro nesta intervenção.